12/07/2023
Embora, no Plano Espiritual, os Espíritos que ainda não alcançaram maior evolução moral ainda necessitem utilizar um corpo semimaterial (perispírito), a ausência do corpo carnal nos liberta das necessidades físicas e fisiológicas típicas do plano material, tais como a alimentação e o sono. Entretanto, segundo André Luiz (1), nem sempre esse desapego foi uma realidade no Plano Espiritual, pois muitos Espíritos em Nosso Lar ainda mantinham o hábito da alimentação e houve a necessidade de uma intervenção rigorosa da governadoria espiritual daquela colônia para conscientizar os desencarnados de que, no Plano Espiritual, os indivíduos podem recuperar as suas energias por meio da respiração e da absorção de princípios vitais da própria atmosfera espiritual.
Por outro lado, precisamos compreender que, assim que desencarnarmos, mantemos o apego e as impressões materiais ainda muito vívidos em nosso íntimo, sendo que o interrompimento abrupto de nossos comportamentos materiais poderia gerar consideráveis prejuízos ao nosso restabelecimento. Assim, para os recém-desencarnados, a alimentação e o descanso por meio do sono ainda se fazem necessários, mas, quando aceitam o auxílio dos trabalhadores espirituais, são instruídos e aprendem a se readaptar a sua nova realidade. Em contrapartida, os desencarnados que não aceitam o auxílio não têm acesso a esse aprendizado e padecem pela fome e pelo cansaço, tornando-se, muitas vezes, reféns de Espíritos moralmente ignorantes que são capazes de suprir tais necessidades materiais em troca da submissão e da realização de trabalhos escusos.
Apesar de estarmos na matéria e ainda necessitarmos nutrir o nosso corpo carnal, precisamos ter a consciência de que isso é temporário e que o verdadeiro alimento é aquele que nutre a nossa alma, ou seja, o conhecimento e o aprendizado moral, os quais são obtidos por meio da instrução e de ações pautadas no amor ao próximo.
1. Xavier, Francisco Cândido: Nosso Lar.
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