Segundo a Doutrina Espírita (1), o instinto é uma força oculta que leva os seres orgânicos a atos espontâneos e involuntários em busca de sua conservação, enquanto a inteligência se revela por atos voluntários e premeditados em resposta às situações que experienciamos. Embora o instinto e a inteligência possam parecer atributos totalmente distintos e independentes, a Espiritualidade (2) nos explica que o instinto pode ser considerado como uma forma de inteligência que não resulta do raciocínio. Contudo, devido ao nosso atual nível evolutivo, ainda temos dificuldade em distinguir com clareza esses atributos, diferenciando-os principalmente por meio das ações que deles resultam (3), visto que os atos instintivos ocorrem de forma natural e espontânea, e as ações geradas pela inteligência exigem a nossa reflexão e raciocínio.
Apesar de nossas ações impulsivas e impensadas muitas vezes nos levar a cometer equívocos, o instinto também resulta de todo o conhecimento consolidado que já portamos, o qual é fruto de nossos aprendizados pretéritos. Ademais, como explicado em A Gênese (1), o instinto também pode estar relacionado à ação direta de nossos protetores espirituais, os quais interferem de forma mais incisiva em casos de extrema necessidade. Já a inteligência, por ser moldada por nosso raciocínio, está sujeita às nossas desvirtudes e vícios morais. Por isso, necessitamos estar atentos aos nossos pensamentos e ações, sempre buscando pautar as nossas escolhas nos ensinamentos cristãos.Nesse contexto, embora as experiências que vivenciamos nos permitam aprimorar a inteligência, ela nunca suprimirá os nossos instintos. Na verdade, como apontado por Kardec (5), à medida em que lapidamos a nossa consciência, passamos a aliar o instinto à inteligência.
(1) A Gênese - Cap. III.
O Livro dos Espíritos: (2) Questão 73, (3) Questão 74, (4) Questão 75a, (5) Questão 75.
Confira o posts Espiritismo Explica: Fé Raciocinada (11/08/21); Mentores (07/04/21).