Ao abordar esse assunto, Kardec (1) ouviu da Espiritualidade, que o uso da carne na alimentação não seria contrária à Lei da Natureza, pois, respeitando a Lei da Conservação, o homem deve se alimentar de acordo com as necessidades de sua constituição física. Por outro lado, Emmanuel (2) defende que a ingestão das vísceras dos animais é um erro de enormes consequências, do qual derivam numerosos vícios da nutrição humana.
Nesse contexto, devemos refletir sobre o tema com grande cautela, pois, ao responder o questionamento de Kardec, a Espiritualidade não defende o consumo de carne, e sim nos alerta sobre a importância da manutenção da saúde humana. Contudo, com o avanço da indústria alimentícia e como apontado por Emmanuel, muitas substâncias antes restritas aos alimentos de origem animal, hoje podem ser encontradas nos produtos de origem vegetal.
Compreendendo que o Espiritismo não condena comportamentos, e sim nos alerta para as consequências de nossas ações negativas, podemos concluir que, para a Doutrina Espírita, o consumo de carne não é o ideal, mas, a fim de manter a harmonia coletiva e de respeitar o livre arbítrio, as mudanças de comportamento não devem ser bruscas ou impositivas.
1. Allan Kardec. O Livro dos Espíritos (questão 723).
2. Francisco Cândido Xavier. O consolador (questão 129).
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