Dentre os diversos tipos de mediunidade descritos por Kardec (1), a mediunidade de cura é definida como a faculdade que o homem tem de curar ou aliviar as dores pela simples imposição das mãos ou pela prece, a qual pode ser praticada por meio dos passes espirituais. Contudo, muito antes da Codificação do Espiritismo e da criação de casas e centros espíritas, a mediunidade de cura já era uma realidade no plano material, sendo facilmente identificada nas ações de pajés ou xamãs indígenas, bem como na figura de curandeiros e das icônicas benzedeiras ou rezadeiras.
Presentes no Brasil desde a época da colonização, as benzedeiras ou rezadeiras são pessoas, geralmente mulheres, que, por meio da oração e do uso de ervas, auxiliam no restabelecimento da saúde física e emocional/espiritual. Originalmente influenciadas pelas culturas e religiões indígenas e africanas, atualmente, as benzedeiras podem professar diferentes religiões, como o Espiritismo, Umbanda e Catolicismo.
Agindo de forma natural e intuitiva, muitas benzedeiras não têm amplo conhecimento acerca de sua atuação mediúnica, mas abraçam o trabalho de auxílio com fervor e dedicação, sem buscar ganhos materiais e financeiros. Assim, independentemente da religião que seguem, as benzedeiras são pessoas que atuam como intermediárias da Espiritualidade, levando o alívio material e espiritual àqueles que necessitam.
1. O Livro dos Médiuns.
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